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CAPOEIRA NO CAC: aspectos de um projeto de extensão em capoeira


Gabriela Santos Cavalcante Santana
Artigo escrito para o I Seminário de Pesquisa e Extensão em Artes (UFPE)
Nov/2013
             


O projeto de extensão Capoeira no CAC,  configura-se como desdobramento do projeto de pesquisa, por mim coordenado, "Interfaces para Improvisação: Investigações sobre a Dança e a Capoeira Angola". Ambos inseridos no Grupo de Pesquisa: Arte, Educação e Diversidade Cultural do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE.                               

Tal projeto desenvolvesse com o auxílio de três discentes do Curso de Licenciatura em Dança, uma discente do Curso de Artes Visuais e uma artista pesquisadora formada na área da dança[1]. Seu surgimento devesse  a necessidade de estreitar o contato dos integrantes do projeto da pesquisa acima citado, com pessoas que vivem a capoeira cotidianamente, pois assim, acreditamos que o espaço alargado de vivência direta com capoeiristas, colabora expressivamente para a observação e o entendimento de ações e atitudes que delineiam valores e fundamentos desta prática cultural.                                                                                                                                                                                                                                      
Com isso, visamos substanciar a apreensão de determinadas lógicas que, algumas vezes, mostram-se "ilegíveis" para quem não conhece de perto a capoeira. E assim, seguimos no desenvolvimento da autonomia sobre o gerenciamento de conteúdos recriados em nossas ações artístico-pedagógicas.                          

Nessa direção, a pesquisa que até então concentrava-se na reflexão e prática sobre capoeira, um dos nossos objetos de estudo, tem passado a conviver mais intensamente com a fonte de nossos estudos, ampliando, portanto,  o diálogo entre pesquisa e extensão. Todavia, para que o referido projeto de extensão não fosse apenas uma forma de sustentar objetivos particulares de uma pesquisa artístico-acadêmica, tivemos nossos objetivos redimensionados para dialogar com as diretrizes da extensão universitária, elencadas no plano nacional de extensão, por sua vez, pactuado pelas instituições públicas do ensino superior.                                                                                        

Os quatros eixos balizadores são:  impacto e transformação; interação dialogada; interdisciplinaridade, e, indissociabilidade do ensino-pesquisa-extensão. Aqui, salientamos esse último eixo, por entender que tal pensamento norteia consideravelmente, nossas ações enquanto pesquisadores e extensionistas envolvidos nessa iniciativa.                                                                                                                  

Para tanto, trazemos algumas idéias lançadas pelo sociólogo português, Boaventura de Sousa Santos. Seu estudo, de caráter epistemológico, faz uso de racionalidades alternativas para  romper com o que este denomina como 'monocultura do saber e do rigor científico'; conceito desenvolvido para expressar a idéia da alta modernidade e da ciência moderna como formas superiores de conhecimento. 

A sugestão do autor está no desenvolvimento do que ele denomina como 'ecologia dos saberes' que, em linhas gerais propõe:


[...]vasta gama de ações de valorização, tanto do conhecimento cientifico, como de outros conhecimentos práticos, considerados úteis cuja partilha por pesquisadores, estudantes e grupos de cidadãos serve de base à criação de comunidades epistêmicas mais amplas que convertem a universidade num espaço público de interconhecimento onde os cidadãos e os grupos sociais podem intervir sem ser exclusivamente na posição de aprendizes. (SANTOS, 2004, p. 77).

Nesse viés, trabalhamos igualmente com base nas idéias de Santos (2007) sobre a função do segmento da extensão na universidade, pois segundo ele:

a extensão convencional é levar a universidade para fora, a ecologia de saberes é trazer outros conhecimentos para dentro da universidade, uma nova forma de pesquisa-ação, em que a sociologia latino-americana tem tradições muito fortes que infelizmente têm sido bastante descartadas pelas novas gerações de cientistas sociais deste continente (SANTOS, 2007, p.46).
          
Com isso não estamos desconsiderando a relevância de ações que priorizam o trabalho de campo em nichos sociais distintos da universidade, até porque, acreditamos que tais ações são de suma importância para os estudantes em formação e garantem experiências tão significativas quanto as propostas neste projeto; entretanto, temos na possibilidade de trazer o conhecimento popular para dentro da universidade, uma estratégia política necessária para diluir binarismos e hierarquias tão arraigadas e historicamente legitimadas pela academia.

Dessa forma entendemos que nossas discussões modificam igualmente nossa forma de construir pesquisa acadêmica, convergindo para as provocações propostas pelo professor e pesquisador, Cássio Eduardo Viana Hissa. Ao discorrer sobre modelos e modos de se fazer pesquisa no âmbito acadêmico, Hissa problematiza valores e conceitos subjacentes aos modos de operar diálogos  no trabalho desenvolvido  em campo.  Para Hissa (2013) é necessário revisitar a idéia de "dar voz" aqueles que muitas vezes são alvos de nossa pesquisa, pois, segundo ele, "Não se trata  de dar voz ao sujeitos do mundo, às coletividades e aos grupos sociais, mas de construir vozes compartilhadas" (HISSA, 2013, p.132).

Nessa perspectiva temos abertura para pensar pesquisa e extensão como '"bens coletivos" tal como é proposto por este mesmo autor. Seja pela apreensão dos sentidos que desenham o campo/objeto estudado, seja pela formulação e sistematização dos pensamentos e práticas articulados entre todos os participantes envolvidos.  Tal argumento parece-nos caro, haja vista, a transformação da maneira como a capoeira tem sido difundida nos tempos atuais, após séculos de repressão e marginalização. Repressão esta, que silenciou parte de sua história e de tantas outras expressões populares colocadas à margem pelo modelo ocidental e colonizador estabelecido em nossa sistema político- educacional.                                                   

Todavia, não somente pelo silenciamento desta prática, manifestado outrora, pela penalização daqueles que praticavam a capoeira[2], como ainda, pelo alto valor da oralidade nesta arte, chamamos a atenção para a importância de depoimentos e relatos realizados por mestres e professores convidados, como  exemplificou Mestre Meia Noite em conversa com os participantes na edição realizada no mês de outubro, deste ano. Segundo o mestre:

"Tem a história com h que está na história dos livros e a estória com é, de pescadores e dos livros vivos que somos nós[...] As histórias que estão nos livros registrados, dos grandes mestres da Bahia, têm sua história "verdadeira" e suas estórias de incertezas e de "in-verdades" (Mestre Meia Noite, 2013[3]).

Por todos esses motivos a proposta de desenvolvimento de uma 'ecologia dos saberes' formulada por Boaventura (2009), tem servido de norteador para elaborar nossa prática extensionista, de modo a detonar espaços e práticas de não silenciamento.

Todas as questões até aqui discutidas contribuíram para a formulação dos nossos objetivos, sendo o geral: Proporcionar aos alunos, professores, técnicos, pesquisadores e demais interessados na capoeira  Angola, a vivência, a fruição da roda e a troca de idéias acerca desse universo.                                                                                                                                                           Como objetivos específicos temos: Valorizar e difundir saberes contidos na prática da capoeira Angola; realizar rodas de capoeira Angola e promover o intercâmbio entre capoeiristas locais e acadêmicos;  subsidiar o intercâmbio entre estudantes das diferentes linguagens artísticas e capoeiristas envolvidos no evento;  fomentar nos alunos, professores e freqüentadores do CAC e dos demais centros envolvidos nesta ação, o interesse pela pesquisa e pela diversidade cultural e, por fim, promover a discussão acerca da capoeira Angola a partir de diferentes prismas.                       

Tais objetivos foram nutridos por reflexões sobre a relevância da capoeira no âmbito universitário, levando em conta, o debate sobre o assunto realizado por Mestre Xaréu[4], autor do livro A capoeira na universidade (2001).  Neste livro, Mestre Xaréu informa-nos da inserção da capoeira na universidade por meio de projetos de extensão, movimentos estudantis, como os diretórios acadêmicos  e, em maior escala, via disciplina curricular existente nos Cursos de Licenciatura em Educação Física.                                                                                                       

Nessa perspectiva, o espectro desportivo é evidenciado, sugerindo o motivo pelo qual grande parte dessas ações foram e continuam sendo lideradas por capoeiristas regionais, comumente integrados a eventos desportivos e jogos universitários.  No mesmo livro, Mestre Xaréu relata:


O Estado de Pernambuco, situado no Nordeste brasileiro, antigamente reduto escravista e de bons capoeiristas, parece não ter despertado para o valor da Capoeira como ferramenta de educação inserida no meio acadêmico. Segundo Cordeiro, apenas duas universidades mantém vínculo direto com a Capoeira. A UNICAP mantém há quinze anos um projeto de extensão universitária vinculada às artes, sob a direção do mestre Corisco. Na UPE, a capoeira está presente na Escola Superior de Educação Física, fazendo parte do elenco de disciplinas optativas de aprofundamento. Nas UFPE e UFRP, a capoeira se faz representar mediante os esforços de alunos e de capoeiristas que, ao longo de vários anos, têm utilizado suas instalações para realizarem aulas de Capoeira de maneira totalmente voluntária, portanto sem nenhum vínculo empregatício. (CAMPOS, 2001, p.101).

Após ler tal argumento, pude confirmar o papel significativo de ações informais que desempenharam importante papel de difusão e valorização, desde a década de oitenta na Universidade Federal de Pernambuco[5] e que, contraditoriamente, não possuem registros e nem a merecida visibilidade.                                                                       
Em breve investigação sobre o assunto, fomos informados pelos próprios capoeiristas que aqui cito, dos seus respectivos trabalhos, sendo eles:  [6]Mestre Branco de Aruanda, responsável por aulas ministradas ao longo de um ano na quadra do Núcleo de Educação Física e Desporto, na década de oitenta; [7]Mestre Papagaio, responsável por aulas ministradas entre os anos de 1992 e 1997, no mesmo núcleo de ensino, dentro do projeto Participe esporte e, Contramestre Betão[8] que desenvolveu com apoio do Professor Marco Camarotti, por volta do ano 2000, aulas no Centro de Artes e Comunicação, migrando posteriormente, para o CFICH e por último,  para o Centro de Convenções, com o auxílio do professor de capoeira, já falecido, Daniel Silva.          

Considerando a importância de todas essas ações já desenvolvidas e outras em pleno andamento, como outros projetos de extensão coordenados na UFPE e na UFRPE, respectivamente pelos professores Henrique Kohl[9] e Sérgio Senna[10], o Capoeira no CAC se empenha para construir espaços de reflexão sobre questões artísticas[11], estéticas, filosóficas e políticas da e na capoeira Angola, visando colaborar ainda mais para o combate do preconceito científico, do elitismo intelectual e do preconceito racial e social. Posturas e atitudes apontadas por alguns dos mestres entrevistados no livro escrito por Mestre Xaréu.

Nossos métodos e conceitos

O projeto Capoeira no CAC foi iniciado em julho de 2013 e está em pleno desenvolvimento. Desde então, participaram os seguintes convidados: Professor Zoinho do Centro Esportivo de Capoeira Angola da Acadêmia de João Pequeno de Pastinha (Salvador-BA)[12], Professor Caica do Grupo Herança de Angola  (Olinda-PE), Mestre Jorge do Projeto de Estudos e Práticas da Capoeira Angola (Engenho do Meio/Recife -PE),  Mestre Meia Noite, diretor da Cia de Dança Daruê Malungo (Chão de Estrela/ Recife-PE) e Professora Mônica do Grupo de Capoeira Angola São Bento Pequeno (Olinda -PE).

As estratégias metodológicas utilizadas foram pensadas para atender a forma como abordamos a  capoeira, ou seja, como prática plural e portanto diversa e cabível de diferentes interpretações[13].   Nessa direção, a primeira etapa deste projeto foi pensada para a realização de 10 (dez) encontros ao longo de dez meses, com dez professores e mestres de capoeira Angola das cidades de Olinda e do Recife- PE.

Na primeira etapa, mais extensa e de caráter mensal, - de julho a março de 2013 - podemos refletir sobre a relevância das atividades programadas a cada encontro; sendo o início das atividades sempre uma roda de capoeira no hall do CAC. Isto porque acreditamos que no evento, roda, temos implícitas questões tangentes ao processo de ensino-aprendizagem, tanto de quem participa jogando, quanto de quem assiste; como é argumentado no Inventário para registro e salvaguarda da Capoeira como Patrimônio Cultural (2007):

A roda de capoeira, neste sentido, é a forma de expressão que permitiu o aprendizado e a expansão do jogo. Nela se encenam golpes e movimentos acrobáticos, cânticos antigos são reatualizados e outros são inventados, acompanhados por uma orquestra de instrumentos que produz uma sonoridade múltipla e, ao mesmo tempo, característica da arte.
A roda é um momento determinante da prática da capoeira que não pode ser ignorado. Seja na capoeira angola, regional ou a que funde as duas vertentes, a roda é um espaço de criação artística e performance cultural em que se realiza plenamente a multidimensionalidade da capoeira. (Inventário para registro e Salvaguarda da Capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil, 2007).


Depois da experiência do jogo e da roda, ou melhor, da forma como cada profissional conduz este momento, todos os participantes comem um mungunzá e se preparam para novo momento com o convidado que, na maioria das vezes, divide a tarde em: momento de bate-papo  e momento de práticas corporais e/ou musicais.

Após as nove rodas, acontecerá no final do projeto, ciclo de palestras visando potencializar ainda mais o diálogo sobre as distintas facetas desta prática cultural, sempre com um pesquisador e um capoeira. Tais palestras acontecerão no Centro de Educação - CE, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFICH, no Centro de Ciências da Saúde CCS e no Centro de Artes e Comunicação - CAC, a fim de gerar reflexões respectivamente, sobre aspectos educativos, sociológicos, antropológicos, históricos e artísticos.                                                                                                                                              

Para além do conteúdo interdisciplinar, o diálogo entre capoeiristas, capoeiristas-acadêmicos e acadêmicos, converge, à nosso modo de ver, com as perspectivas de uma 'educação contemporânea' (Delors, 2009) que rediscute o conhecimento como construção colaborativa e intercultural, pois, nesse formato dialógico, discutiremos aspectos políticos da capoeira em Pernambuco.

 Todavia, sublinhamos que no Centro de Artes e Comunicação - CAC-, para além do debate entre pesquisadores e capoeiristas, promoveremos uma oficina teórico-prática com questões que vêem sendo discutidas e praticadas desde o início do projeto de pesquisa em dança e capoeira, projeto "guarda-chuva" de nossas ações.

 O capoeira no CAC é aberto a comunidade com vistas ao compartilhamento de idéias entre pesquisadores, professores e estudantes interessados no diálogo entre os saberes acadêmicos e populares.
                                                                                    
Considerações temporárias

A ecologia de saberes parte da idéia que a eliminação desta desigualdades não é possível através da democratização do acesso à produção e consumo da ciência moderna. Embora esta deva ser prosseguida, não bastaria por si própria devido aos limites intrínsecos da intervenção científica no real. O uso contra-hegemónico da ciência assenta no reconhecimento desses limites e, por isso, na necessidade de, para os superar, recorrer a outros conhecimentos. (Boaventura de Sousa Santos, 2006).


Tendo em vista nosso objetivo de valorizar e difundir os saberes da capoeiragem, salientamos a importância da colaboração dos próprios capoeiristas para a efetivação deste projeto. Sendo assim, a epígrafe acima, tem-nos servido como idéia balizadora para ações focadas no reconhecimento de formas alternativas de conhecimento, como ocorre no universo da capoeira; uma prática orientada por modos e fazeres peculiares.                                                                                                                       

Por isso, nossas principais considerações concentram-se, sobretudo, nos  diálogos que abrem espaço para a discussão de questões particulares da capoeira pernambucana, na contemporaneidade. Ora participantes, ora capoeiristas têm compartilhado posicionamentos pessoais e até mesmo coletivos sobre aspectos políticos e filosóficos do universo da capoeiragem no referido contexto sócio-cultural.                     

A cada encontro apresentasse uma diversidade de idéias que contribuem para a dinamização das relações entre escolas e grupos de capoeira das cidades do Recife e de Olinda, bem como entre artistas, pesquisadores e capoeristas. A partir dessas dinâmicas, torna-se evidente a atualização dos saberes produzidos na academia. Sobre isto, finalizamos o presente artigo compartilhando reflexões que tem-nos servido para amadurecer conceitos, pensamentos e práticas que permeiam ações investigativas, metodológicas e criativas.                                         

 Dentre as questões que foram levantadas até então, sublinhamos os debates que alinhavam desde aspectos focados no ensino-aprendizagem da capoeira Angola, -  seus mecanismos de atualização, preservação e transformação - até aspectos que respondem pelo hibridismo cultural entre dança e capoeira.  Nessa direção o diálogo entre os participantes tem sido de extrema importância para a análise das ambigüidades e ambivalências que constituem a capoeira Pernambucana.                                                                                                 
Mesmo estando este projeto em pleno desenvolvimento, consideramos não só avanços nos objetivos traçados, mas, também, no reconhecimento por parte dos participantes, sobre a importância da capoeira na Universidade. Assim prosseguimos aprendendo a cada novo jogo promovido neste projeto.


Referências Bibliográficas



CAMPOS, Hélio. Capoeira na universidade: uma trajetória de resistência. Salvador SCT, EDUFBA, 2001.

CAPOEIRA, Nestor. Capoeira: pequeno manual do jogador. 8 ed. Rio de Janeiro: Record,2006.


HISSA, Viana E. Cássio. Entrenotas: Compreensões de pesquisa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política – 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008 (Coleção para um novo senso comum: v.4).

SANTOS, Boaventura de Sousa. Renovar a teoria critica e reinventar a emancipação social /Boaventura de Sousa Santos; tradução Mouzar Benedito. - São Paulo: Boitempo, 2007.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXi: para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade/ 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. (Coleção questões  da nossa época; v.11.

SANTANA. Gabriela Santos Cavalcante. Sobre Capoeira e Dança Cênica: Tramas e Mestiçagens Culturais. 190f. 2009. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Dança, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.  








[1] Ana Carolina Montenegro, Gabrielle Conde y Martin Quirino e Tiago Ferro da Silva são discentes do Curso de Dança (UFPE). Gina Davis, discente do curso de Artes viuais (UFPE) e Thaynã Laís Mota de Gois, artista-pesquisadora formada pelo Curso de dança da mesma instituição.

[2] Expressão maior da perseguição do estado aos capoeiristas se deu com a entrada da capoeira no código Penal Brasileiro, que proibia à pratica da capoeira pelo decreto n. 847 de 11 de outubro de 1890, capítulo  XII, Art. 402 - Dos vadios e Capoeiras.
[3] Depoimento concedido em bate-papo durante a participação do Mestre na data de 16 de outubro de 2013- Quarta edição do projeto Capoeira no CAC.
[4] Hélio Campos - Mestre Xáreu - é mestre de capoeira Regional formado pela Academia de Mestre Bimba. Professor Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia - UFBA - e livre docente pela Amerincan World University.
[5] Vale lembrar que todas ações aqui citadas, foram informadas pelos próprio capoeiristas, com exceção do trabalho desenvolvido pelo Mestre Azeitona, integrante do grupo Chapéu de Couro, que não foi localizado, mas que teve seu trabalho levantado pelo contra-mestre Betão, em conversa pelo telefone no dia de 22 de novembro. Ademais compartilhamos que mesmo não sendo nosso objetivo, historicizar todas as ações de capoeira já desenvolvidas nesta instituição (o que requereria uma pesquisa mais aprofundada) ponderemos a relevância de veicular tais informações pela falta de registros das mesmas).
[6] Mestre Branco de Aruanda (Raimundo Branco) é atualmente diretor e coreógrafo da Compassos Cia de Danças.
[7] Mestre Papagaio (Ruy  Bandeira de Vasconcelos Junior) do grupo Raízes do Brasil -PE, na época, aluno do Curso de Educação Física é hoje, Professor das faculdades: Maurício de Nassal e Autarquia de Ensino Superior de Arco Verde - AESA.
[8] Contra-mestre Betão, (Roberto Henrique Campos Pessoa) é grupo Chapéu de Coro e hoje ministra aulas de capoeira na comunidade da Várzea. Todo trabalho apontado no corpo do texto foi desenvolvido ao longo de três anos.
[9] Prof. Henrique Kohl  (capoeirista) é responsável pela coordenação das aulas de capoeira, desde 2011, oferecidas pelo Núcleo de Educação Física e Desporto - NEFD e também, por atividades focadas no diálogo com mestres e professores locais, tais como mesas de debate e encontros.
[10] Caica (Prof Sérgio Senna) é responsável pelo grupo de capoeira Herança de Angola- Olinda/PE e coordena o projeto de Extensão de capoeira, em parceria com a Prof. Denise Botelho (NEAB), na Universidade Federal Rural de Pernambuco, desde março de 2013. As aulas são ministradas pelos professores Danilo do Vale e Marcelo Ragner Guerra da Silva, alunos do Prof. Sérgio Senna.
[11] Sublinhamos o teor das questões artísticas, por este projeto ter vínculo direto com um projeto de pesquisa em dança, direcionando nossas observações para aspectos estéticos, plásticos imbuídos de valores culturais.
[12] O Professor Everaldo Ferreira - Zoinho -  diferentemente dos demais professores, desenvolve seu trabalho em Salvador -BA, contudo, mesmo não sendo professor em Recife -PE, participa deste projeto como consultor e colaborador.
[13] Na dissertação de mestrado Sobre Capoeira e Dança Cênica: Tramas e mestiçagens culturais (2009), desenvolvemos uma discussão sobre a pluralidade da capoeira no sub capítulo intitulado Capoeiras: um plural necessário.

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